ORA ET LABORA

ORA ET LABORA
História da vida monástica beneditina na sala capitular de S. Bento de Singeverga da autoria de Claudio Pastro// History of Benedictine monastic life in the Chapter Hall of St. Benedict Singeverga// Geschichte des Benediktiner-monastische Leben in den Kapitelsaal der St. Benedikt von Singeverga

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A lenda chinesa dos "três monges"


Conta-se, na China, existirem em tempos três monges.

Só faziam uma coisa: entravam numa aldeia, ficavam especados no local do mercado e começavam a rir.

Uma multidão se juntava em torno e, só de olhar para eles que riam com todo o seu ser, todos desatavam a rir.

Toda a aldeia se envolvia e, então, os monges dirigiam-se para outra aldeia.

Eram muito amados.

Era esse o seu único sermão, a única mensagem - aquele riso.

Não ensinavam nada, limitavam-se a criar a situação.

"Os três monges do riso" tornaram-se conhecidos em todo o país.

Toda a China os amava e os respeitava. Nunca alguém pregara aquele caminho - que a vida devia ser uma risada e nada mais, e eles nao riam de ninguém em particular, simplesmente riam, como se tivessem entendido a anedota cósmica.

Sem uma única palavra, espalharam imensa alegria por toda a China.

Quando lhes perguntavam os nomes, eles limitavam-se a rir, daí o nome "os três monges do riso".

Envelheceram e, numa aldeia, um dos três monges morreu.

Toda a aldeia ficou ansiosa e cheia de expectativas, agora, que um deles tinha morrido, havia um motivo para chorar. Ninguém conseguiia imaginar qualquer deles chorando.

Toda a aldeia se reuniu.

Os dois monges ladeavam de pé o cadáver do terceiro e riam compulsivamente. Então, os aldeãos, pediram "pelo menos expliquem-nos isto!".

Pela 1ª vez, eles falaram: "estamos a rir porque este homem venceu.

Estávamos sempre a pensar qual de nós morreria 1º e este homem derrotou-nos. Estamos a rir à nossa derrota, à sua vitória.

Além disso, ele viveu connosco muito anos, rimos juntos e desfrutámos de muita alegria. Não há melhor maneira de lhe desejar boa viagem.

Só somos capazes de rir".

Toda a aldeia estava triste, mas quando o cadáver do monge foi colocado na pira funerária, então todos compreenderam que não eram apenas os outros dois que se estavam a divertir - o terceiro homem, o que estava morto, também estava a rir.

Porque tinha dito aos seus companheiros "nao mudem as minhas vestes" contrariamente à tradiçao que, além de mudar as vestes mandava dar um banho.

"Não me dêem banho porque eu nunca estive sujo, ri tanto na minha vida que, perto de mim. não se pode acumular qualquer impureza.

O riso é sempre jovem e fresco. Por isso, nao me dêem banho nem mudem as minhas vestes".

Assim, por respeito, o fizeram . Quando o corpo foi colocado no fogo, depressa se aperceberam que havia muita coisa escondida sob as vestes: e essas coisas accionaram ... um fogo de artifício chinês!

Toda a aldeia desatou a rir e os outros dois disseram "seu malandro!

Morreste mas continuas a derrotar-nos.

És o último a rir."

(Enviado por um amigo, a quem agradeço)


Porquê viver na tristeza quando podemos deitar mão das coisas simples que nos dão esperança e força para viver na mais verdadeira alegria?
Uma vida "condimentada" pelo silêncio e ascese - como acontece na vida monástica - não tem que ser necessáriamente triste; aliás, se não houver alegria no seguimento de Jesus então é porque algo vai mal e teremos que fazer uma paragem para rever o caminho já percorrido e rever objectivos. A alegria é parte essencial no caminho dos monges porque eles se sentem configurados e amados por Deus, Pai e Guia de toda a Humanidade. Onde existe Amor, jamais a tristeza triunfa.

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