S. Bento, cuja vida decorre entre 480-547, nasceu em Núrsia (Úmbria, Itália). Foi um verdadeiro “homem de Deus”, conforme narra o Papa S. Gregório Magno (+604), ao fazer a sua biografia no “II Livro dos Diálogos”, mas não tão apoiados em factos históricos, mas sobretudo preocupado em mostrar, à luz de exemplos bíblicos, como o santo Patriarca do monaquismo ocidental “foi cheio do espírito de todos os justos”.
Trata-se de uma biografia exemplar, cujo género literário é de sabor bíblico e essencialmente motivador. Para além dos muitos milagres que narra e com que acredita a vida do santo, o biógrafo exalta a “Regra dos Monges” que S. Bento escreveu e com que levou tantos discípulos à vivência do Evangelho de Cristo depois de ter fundado os célebres mosteiros de Subiaco e Monte Cassino. É sobretudo nos dados do “Livro dos Diálogos” que os artistas fundamentaram a iconografia de S. Bento. Foi, contudo, pela Regra e pelos beneditinos, seus filhos espirituais e continuadores, que S. Bento mereceu ser proclamado “Padroeiro Principal de toda a Europa” pelo Papa Paulo VI (24/10/ 1964).
Na verdade, os seus monges, com a Cruz da fé, o Livro da cultura e Arado do trabalho, foram, na Idade Média, os autênticos obreiros da Europa cristã. É isto que faz a actualidade de S. Bento e dos seus monges beneditinos, cujo lema, “Ora et Labora”, se tornou paradigmático do monaquismo beneditino; por outro lado, a flexibilidade da Regra e a adaptabilidade que S. Bento lhe imprimiu, tudo isso explica a vitalidade da Ordem Beneditina, a única da Igreja Católica do Ocidente anterior ao ano mil.
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