ORA ET LABORA

ORA ET LABORA
História da vida monástica beneditina na sala capitular de S. Bento de Singeverga da autoria de Claudio Pastro// History of Benedictine monastic life in the Chapter Hall of St. Benedict Singeverga// Geschichte des Benediktiner-monastische Leben in den Kapitelsaal der St. Benedikt von Singeverga

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A luta quotidiana do crente

Perguntaram uma vez ao abade Agatão (monge do séc. IV?): «Qual a virtude, ó pai, que entre as demais exige maior labor?» Respondeu o abade: «Desculpai-me, julgo que não há labor igual ao da oração a Deus. Pois, todas as vezes que o homem quer orar, os inimigos tentam dispersá-lo; bem sabem que não são vencidos por outro meio senão através da oração. Na prática de qualquer virtude que o homem assuma em si, se perseverar, consegue a tranquilidade; na oração, porém, até o último suspiro requer luta».

(Das sentenças dos Padres do deserto)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Do Espírito Santo


O Espírito Santo vivifica,
tudo move e de toda a criatura é raiz,
de toda a imundície purifica,
lavando máculas e ungindo feridas:
vida fulgente e digna de quem o louva,
suscita e ressuscita todas as coisas.

(Hildegarda de Bingen)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vida de S. Bento (resumo)


S. Bento, cuja vida decorre entre 480-547, nasceu em Núrsia (Úmbria, Itália). Foi um verdadeiro “homem de Deus”, conforme narra o Papa S. Gregório Magno (+604), ao fazer a sua biografia no “II Livro dos Diálogos”, mas não tão apoiados em factos históricos, mas sobretudo preocupado em mostrar, à luz de exemplos bíblicos, como o santo Patriarca do monaquismo ocidental “foi cheio do espírito de todos os justos”.

Trata-se de uma biografia exemplar, cujo género literário é de sabor bíblico e essencialmente motivador. Para além dos muitos milagres que narra e com que acredita a vida do santo, o biógrafo exalta a “Regra dos Monges” que S. Bento escreveu e com que levou tantos discípulos à vivência do Evangelho de Cristo depois de ter fundado os célebres mosteiros de Subiaco e Monte Cassino. É sobretudo nos dados do “Livro dos Diálogos” que os artistas fundamentaram a iconografia de S. Bento. Foi, contudo, pela Regra e pelos beneditinos, seus filhos espirituais e continuadores, que S. Bento mereceu ser proclamado “Padroeiro Principal de toda a Europa” pelo Papa Paulo VI (24/10/ 1964).

Na verdade, os seus monges, com a Cruz da fé, o Livro da cultura e Arado do trabalho, foram, na Idade Média, os autênticos obreiros da Europa cristã. É isto que faz a actualidade de S. Bento e dos seus monges beneditinos, cujo lema, “Ora et Labora”, se tornou paradigmático do monaquismo beneditino; por outro lado, a flexibilidade da Regra e a adaptabilidade que S. Bento lhe imprimiu, tudo isso explica a vitalidade da Ordem Beneditina, a única da Igreja Católica do Ocidente anterior ao ano mil.